Reuniões
dos Coletivos da EJA – 2011
A Caminho da excelência
“Dê um peixe a um homem, e
ele terá comida para um dia. Ensine-o a pescar, e ele terá comida para toda a
vida”. Essas palavras são atribuídas a Confúcio, e, discorrendo sobre elas no
contexto do ensino de línguas, Tyacke e Mendelson escreveram: “Mas, assim como
há muitos tipos diferentes de caniço, diferentes tipos de isca e diferentes
locais de pesca oferecendo uma variedade de escolhas e experiências, há
diferentes modos de ensinar um idioma”. Tudo isso pode ser verdade, mas como
escrevemos num artigo em, Contact, em 1998, se os pescadores não se perguntarem
se estão usando o tipo certo de isca e de caniço e os métodos e técnicas
adequados para o peixe que querem pegar, talvez
tenham de passar numa peixaria no caminho de volta para casa.
Nosso intuito com essa
resposta a Mendelson e Tyacke não é começar um debate com eles, nem propor um
programa de auto-avaliação inovador para pescadores. Queremos simplesmente
dizer que nenhum profissional adquire as habilidades de um perito sem total
disposição para constantemente avaliar, explorar, examinar e melhorar sua
prática.
Tire um minuto e tente visualizar este cenário, tão
familiar a todos os professores. Durante a aula, um de seus alunos pede uma explicação.
O que você escolheria como melhor estratégia?
·
Responder apenas a esse aluno, olhando
só para ele ou conversando com ele reservadamente.
·
Repetir a questão para todos na sala de
aula e então tratar dela.
·
Repetir a questão para todos na sala de
aula e então perguntar se alguém sabe a resposta.
·
Tratar da questão mais tarde, porque
você não quer interromper sua aula.
E, enquanto responde, onde você ficaria?
·
Perto do aluno que fez a pergunta;
·
Num lugar da sala onde todos pudessem
vê-lo;
·
Em algum outro lugar.
Realmente
faz diferença a opção que você escolher? E você faz esse tipo de indagação
todos os dias? Se faz, você é um daqueles professores que procuram o tempo todo
desenvolver e melhorar a prática de lecionar.
A
avaliação parece fazer parte da natureza humana, parte de uma necessidade inata
de julgar e exprimir opiniões. Avaliamos os outros, formal ou informalmente,
mas também com freqüência avaliamos nosso próprio comportamento, tanto pessoal
como profissional. A avaliação é um componente essencial do processo de
lecionar. Avaliamos nossa prática e programas de ensino para inspirar nossas
decisões na ora de planejar e organizar. Muitos de nós também encorajamos
outros docentes a avaliar nosso método e fornecer um feedback a respeito do
programa, nem que seja apenas informalmente.
Grande
parte do trabalho diário dos professores é determinada por julgamentos,
decisões e escolhas. Algumas são “macrodecisões”,tão cruciais que podem tornar
sua aula o máximo ou simplesmente destruí-la. Outras, como decisão sobre
maneiras de responder à questão de um aluno, estão relacionadas com
macrotécnicas de ensino; podem não ser cruciais, mas desempenham um papel
importante na sala de aula. Os resultados dessas decisões de vulto e de
escolhas acertadas diferenciam um professor fraco, mediano ou bom de um exímio profissional.
Visto
que a qualidade da execução do programa depende de decisões e escolhas, está
crescendo o interesse na auto-avaliação do professor. A importância e a
popularidade da pesquisa na sala de aula e da auto-avaliação do professor
aumentaram rapidamente desde a década de 1950. A auto-avaliação é agora um
componente padrão da avaliação do desempenho do corpo docente na maioria dos
sistemas educacionais.
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