terça-feira, 5 de janeiro de 2010

TEXTO 02: A INDISCIPLINA NO CONTEXTO DA SALA DE AULA

Prefeitura Municipal de Itabuna
Secretaria de Educação e Cultura
Escola Iolanda Pires
Coordenação Pedagógica: Márcia Cristina & Alaíse Diniz


JORNADA PEDAGÓGICA DA ESCOLA
2008

TEXTO 02: A INDISCIPLINA NO CONTEXTO DA SALA DE AULA

Noção de indisciplina: comportamentos do aluno (ou alunos que perturbam as atividades que o professor pretende desenvolver na sala de aula, tais como: fazer barulho, bocejar, sair sem autorização, participar fora da sua vez, agredir verbal ou fisicamente os colegas, dizer asneira discutir com o professor, recusar sair da aula quando “convidado” a fazê-lo, etc. (cf. Jesus. S. 1996:22).
MOTIVOS POR PARTE DO ALUNO
 Desagrado em relação às temáticas abordadas na aula ou o modo como são apresentadas pelo professor;
 Insatisfação face ás relações interpessoais permitidas ou promovidas pelo docente na sala de aula ou até mesmo pretende assumir-se líder da sua turma ao manifestar coragem para enfrentar o professor (cf. Jesus, S. 1996:22)
FATORES PESSOAIS
 Tipo de personalidade;
 O estádio de desenvolvimento;
 A necessidade de chamar sobre si a atenção do professor podem também influenciar o comportamento dos alunos na aula. Nesse aspecto, o processo de socialização deve ser uma circunstância a considerar face às atitudes demonstradas pelos alunos em relação aos seus professores (cf. Sprinthall, N., e Lollins, A. 1999:297-304, sobre os estilos parentais de educação dos filhos).
Perante este quadro, as atitudes dos professore nem sempre são coincidentes face aos comportamentos que consideram indisciplinados, dificultando a percepção dos alunos sobre o que é um comportamento perturbador e as conseqüências que daí podem resultar.
A indisciplina será um problema de prática quotidiana onde cada caso é específico e, sendo assim, torna-se difíceis modelos de atuação generalizáveis que evitem ou regulem eficazmente cada acontecimento. Por outro lado, é muito mais do que um problema técnico a resolver dentro da sala de aula, pois afeta planos de pessoas onde estão implicados sentimentos, atitudes e valores. Por isso e em situação de aula, uma parte do problema da indisciplina cabe ao professor, outra parte ao aluno por não cumprir com as suas responsabilidades, mas também à escola, à família e sociedade.
Os fatores de indisciplina
 Alargamento da escolaridade obrigatória e a mudança para uma escola de massas tendo como objetivo combater o analfabetismo e democratizar o ensino;
 O elevado número de alunos por turma;
 Escolas superlotadas;
 Edifícios ou prédios em más condições e mal apetrechados relativamente a material didático;
 Professores sem formação profissional e pessoal;
 Auxiliares pouco qualificados;
 Níveis elevados de insucesso escolar;
 Elevado número de alunos oriundos de meios desfavorecidos;
 Tudo isso aliado à falta de um sistema de formação profissional coerente.
(Estrela, M., 1992, ap. Silva, M.2001:15
COMPORTAMENTO INDISCIPLINADO
Normalmente o aluno indisciplinado começa por desempenhar funções interditas, recusa as orientações dadas e finalmente atinge a pessoa do professor (a).
Esta escala não deixa de estar ligada à idade dos alunos, mas também a desequilíbrios de natureza psicológica, social e familiar.
M.T. Estrela (1992) verificou isso mesmo ao concluir que, para os alunos do 1º ciclo, ser indisciplinado é sobretudo ter comportamentos que vão contra as regras relativas de espaço e contra a comunicação. Já os alunos do 2º ciclo, a indisciplina envolve a perturbação da aula e ter comportamento que se opõe ao do professor, pondo em causa o respeito que merece. Para os alunos secundários, a indisciplina visa sobretudo o professor.
Outras investigações (Traveira, M., 1990), sugerem para o 2º ciclo a existência de alguma indefinição de normas relativas à indisciplina. Nesse ciclo os alunos podem ser confrontados com a coexistência de diferentes concepções de (in) disciplina na sala de aula, de acordo com os diferentes professores. Estes, na verdade, podem adotar um formalismo normativo, um estilo liberal ou então autoritário. Tais situações podem concorrer para explicar o comportamento indisciplinado numa certa aula ou disciplina mais assertiva em outras.
Noutra perspectiva, M.T. estrela (1992) faz ainda referência à dificuldade vivida pelos alunos de estratos sociais mais desfavorecidos relativamente à compreensão de códigos lingüísticos, situação que pode desmotivar o aluno e provocar até a refeição oferecida pela escola.
Nesse caso, quando o professor não leva em conta a origem social do aluno (com seus hábitos e discursos próprios), pode considerar erradamente alguns comportamentos como indisciplina quando apenas prefiguram realidades subculturais próprias (cf. Sampaio, D., 1997, ap. silva, M., 2001:16).
Por outro lado, as práticas escolares podem ser uma causa (entre outras0 de indisciplina dos alunos, pois muitas vezes as didáticas utilizadas e as relações estabelecidas na sala de aula condicionam o tipo de procedimento adotado pelo aluno na sala de aula (cf. estre,M.T.,1992, e Amado, J., 2001).

Referência:
DELGADO, Pedro, CAEIRO, José. Indisciplina em contexto escolar. Lisboa, Portugal: Instituto Piaget, 2005.
Organização textual: Márcia Cruz. (Pedagoga e Especialista em Planejamento Escolar/Psicopedagogia pelas UESC/FAEM
Expositora: Alaise Diniz. (Pedagoga e Especialista em Informática Aplicada à Educação pela UESC).

Um comentário:

  1. Que bom!!! Sou coordenadora disciplinar, em inicio de carreira, e não pretendo auxiliar meus alunos de maneira que os violente no seu pensar e formação do seu "eu". Então, para tanto, sempre busco apoio e orientação. E neste texto encontrei um horizonte a me pautar.
    Obrigada!! Adorei!!!
    Parabéns!!!

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