terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sequência Didática: Trabalhando com o poema: As borboletas de Vinicius de Moraes

A sequência didática abaixo foi em parte criada por mim e complementada por algumas sugestões de atividades encontradas no portal do professor do MEC

CMEI – Professor Gil Nunesmaia
Coordenação Pedagógica – Segmento Pré-escola (04 anos)
Educadora: __________________________________________

Proposta 03 – Sequência Didática: Trabalhando com o poema: As borboletas de Vinicius de Moraes

1º Dia: Sensibilização para as atividades:
·         Desenhar uma borboleta gigante no papel metro e escrever o poema dentro dele;
·         Levar o cartaz ainda sem ilustrá-lo para a classe;
·         Ler o poema em voz alta para as crianças "As Borboletas" de Vinícius de Moraes (várias vezes) chamando à atenção das crianças para a sonoridade das palavras; destacando as rimas;
·         Questionar com as crianças:
- Qual o título do poema?
- Quem escreveu?
- Fala do que? (levantar os conhecimentos prévios das crianças sobre as cores do mundo)
- Falar que se trata de mais um poema de Vinicius de Moraes e que por alguns dias estaremos trabalhando com esse poema.

As Borboletas
"Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então . . .
Oh, que escuridão!"
(Vinicius de Moraes)
·         Ler o poema novamente para as crianças apontando as palavras – distribuir papéis coloridos para as crianças e solicitar que usando moldes risquem e decorem as suas próprias borboletas – colá-las no cartaz;
2º Dia: Conhecendo a estrutura do poema/Ensaio de leitura e escrita:
- Solicite que os alunos leiam novamente a poesia, para tanto os oriente a lerem da seguinte forma: meninos leiam a primeira estrofe, meninas a segunda, todos juntos a terceira (vá alternando) Observe a entonação da voz dos alunos durante a leitura. Chamar à atenção para as rimas.
Questione-os sobre o que eles perceberam no poema:
  • Como ele está escrito?
  • Suas frases vão até o final da linha?
  • Como são chamadas as partes que compõem um poema?
  • Qual o nome  das palavras que terminam com o mesmo som?
  • Como são as borboletas no poema?
Ø  Jogando com as palavras: (rimas)

Vamos brincar com as palavras?

Borboletas rima com____________________________e _________________________________________
Brancas rima com____________________________e _________________________________________
Amarelas rima com____________________________e _________________________________________
 pretas rima com____________________________e _________________________________________
luz rima com____________________________e _________________________________________
belas rima com____________________________e _________________________________________
brancas rima com____________________________e _________________________________________
amarelinhas rima com____________________________e ________________________________________
escuridão rima com____________________________e _________________________________________
3º Dia: Ensaio de leitura/ criação artística:
·         Pedir às crianças que tentem ler o poema apresentado na aula anterior (alternando entre meninos, meninas e todos);
·         Ler o poema sinalizando as palavras para as crianças;
·         Representar uma borboleta utilizando as mãos como carimbo e depois completar a imagem.

4°Dia: Despertando a curiosidade para a investigação:

·         Leitura do poema no cartaz (solicitar que as crianças tentem ler) meninos, meninas, todos;
·         Na rodinha: Explorar o tema: O QUE QUEREMOS APRENDER  SOBRE AS BORBOLETAS? O que são?  Como são? Como nascem? Do que se alimentam? Quantas patas tem? Quais as utilidades das borboletas? (levantando os conhecimentos prévios das crianças) – construa um pequeno texto com as perguntas (curiosidades) apresentadas pelas crianças;5º Dia: Leitura de imagens e observação das características das borboletas
·         Leitura oral coletiva do texto no cartaz;
·         Leitura de imagens: exibição em PowerPoint de imagens de várias borboletas – dialogando com as crianças sobre as imagens exibidas;
·         Construção coletiva de uma lista das características percebidas nas imagens;

      5º Dia:  Ensaio de leitura e escrita
·         Leitura coletiva do poema (só as crianças);
·         Leitura oral (educadora);
·         Reflexão sobre a palavra: BORBOLETA – Pedir para que as crianças localizem  a palavra borboleta no texto escrito. Observamos a palavra e sua inicial, sua final, quais as letras intermediárias, quantas sílabas, quantas letras, qual a primeira sílaba, qual a última sílaba, quais a sílabas intermediárias (usar a escrita para representar o que estar sendo trabalhado);
·         Montagem da palavra BORBOLETA com as letras móveis (cada criança) apoiando-se na palavra escrita na lousa;
6º Dia: Leitura e contação:
·         Contação de história: O nascimento da borboletinha com utilização de imagens (cartonadas);
·         Brincando com os dedinhos: entregar canetinhas coloridas às crianças e solicitar que elas desenhem (olhinhos, bocas ) nos dedinhos para representar a lagarta;
·         Brincar de massinha, modelando e desenvolvendo a coordenação motora,fazer borboletas
       7º Dia: Aprofundando o conhecimento e produção escrita:
·         Leitura coletiva do poema (com alternância dos grupos);
·         Exibição de vídeo: A metamorfose da borboleta;
·         Discussão na rodinha sobre o que viram no vídeo: as fases de crescimento da borboleta;
·     Trabalhar com a identificação de palavras representando essas fases: OVO – LAGARTA – CASULO – BORBOLETA (escrever as palavras na lousa e lê-las com as crianças); 

  8º Produzindo e interpretando legendas
·         Fazer a produção de legendas para as etapas de crescimento da borboleta.
·          Mostrar as imagens e as crianças deverão falar sobre  o que estar acontecendo:
·         Entregar à cada criança uma folha de papel ofício previamente organizada;
·         Solicitar que as crianças desenhem de acordo com as palavras escritas e com o que foi observado no vídeo (imagens)
       9º Dia:  De lagarta a borboleta, que bela experiência
·         Trabalhar com as crianças possíveis transformações que acontecem na natureza. Solicite que digam o que pensam e o que sabem sobre esse tema. Depois de ouvir as opiniões e pensamentos sobre o tema, solicite às crianças que consultem o dicionário, a fim de descobrirem o significado da palavra metamorfose. Peça que alguns leiam e expliquem o que entenderam.
·         Em seguida, proponha a contação da história “De lagarta a borboleta” da autora Camila de la Bedoyere editora Zastras, que tem como sinopse a sequência de vida da borboleta, que se inicia como lagarta, relatando fatos sobre sua forma, seus hábitos e modo de sobrevivência. Por meio de fotos e legendas, acompanha o acasalamento, a postura dos ovos, o nascimento e o crescimento da lagarta, sua transformação em pupa, a formação do casulo e a mudança de lagarta para borboleta, que logo recomeça mais um ciclo de vida. Ao final, há um glossário dos termos grifados e sugestões para pais e professores ampliarem o assunto com as crianças.
Outra história interessante que pode ser trabalhada é a seguinte:
Era uma vez… Uma lagarta envergonhada,
Que pelo chão se rastejava,
E todo mundo debochava: Que lagarta desengonçada, Feia e maltratada!
 Ninguém, dela, gostava, As pessoas, ela, assustava. Pobre Dona Lagarta…
Muito triste ficou, E sentindo-se desprezada, Em um casulo se fechou. E assim…
Passaram-se os dias, Ninguém, a sua falta, sentia,
Até que em belo cenário, Enquanto o sol, a vida, aquecia, E a rosa, o jardim, floria, Em um galho pendurado, O casulo se abria. E uma linda borboleta, De asas bem coloridas, O casulo deixou,
Alegrando nossa vida. E, todos viram o milagre, Que a natureza preparou,
A feia e envergonhada lagarta, Na borboleta se transformou.
Já não era desengonçada, Mas, linda e cheia de graça, E a todos superou.
Pois, não mais se rastejava, Pelo contrário, voava, O céu, enfim, conquistou.
 (Vera Ribeiro Guedes)
Utilizando a imaginação das crianças por intermédio da história proponha uma ilustração desenvolvendo cada passo percorrido na metamorfose da borboleta.  
 10º Dia:  Recordando a metamofose - Atividade - aproximadamente 60 minutos
Professor, antes dessa atividade, seria interessante providenciar um casulo para os alunos conhecerem e acompanharem sua metamorfose constatando como realmente ocorre esse processo. É importante elaborar com a turma uma ficha para registrar, diariamente, as alterações observadas no casulo. Se não encontrá-lo ou quiser reforçar a observação feita, leve os alunos à sala de multimídia para ver um vídeo real de transformação, sugerimos:
VÍDEO: A METAMORFOSE DA BORBOLETA
    e/ou
VÍDEO: O BRASIL É O BICHO: A transformação da borboleta
Aproveitando a presença na sala de multimídia, acesse o sitio http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=991&sid=2 que também trata sobre as fases da transformação da borboleta, o qual vai enriquecer os conhecimentos construídos sobre o tema. 
Uma outra opção
Depois de assistir aos vídeos, reúna a turma em três grupos e providencie cartolina branca. Cada grupo deverá representar utilizando como recurso massinha de modelar ou pintura cada fase da metamorfose da borboleta: 1ª ovo, 2ª larva, 3ª pupa e 4ª adulto. Em seguida, exponha os trabalhos pela sala, a fim de que sejam visitados pelos pais dos alunos e outras turmas. Veja uma sugestão:   
FASES DA METAMORFOSES DA BORBOLETA
Alunos:_________________________________________________     2º ano_____
1ª fase: ovo
2ª fase: larva
3ª fase: pupa
4ª fase: adulta


11º Dia: Retomando as características das borboletas e produção artística:
·         Fazer novamente a apresentação em slides de várias imagens de borboletas;
·         Pedir para que as crianças falem o que descobriram sobre as borboletas e enquanto elas relatam você escreverá um texto: Nossas descobertas sobre as borboletas.

12º Dia – leitura e escrita:

·         Pedir para que as crianças leiam coletivamente e em voz alta o poema;
·         Entregar para as crianças o texto fatiado do poema e em grupinho pedir para que o montem no papel metro (dois grupinhos) se apoiando no que está exposto na classe;
·         Cada grupo ler o seu cartaz;

13º Dia: Localizando letras e cores: de posse do cartaz
·         Fazer a leitura do poema alternando meninos e meninas;
·         Entregar folhas impressas com o poema em letras garrafais;
·         Pedir às crianças para procurarem as vogais – letras: A/E/I/O/U no poema e circulem;
·         Pedir que localizem as cores: BRANCAS/ PRETAS/AZUIS/AMARELAS, etc, circulem e pintem com a cor indicada;

·         14º Dia: Recriando poema:
·         Conversar com as crianças que assim como Vinícius de Moraes e outros, nós também podemos construir nosso poemas;
·         Discutir e tentar reescrever o poema  ou criar um novo poema coletivo a partir do tema borboleta e lagarta – Na lousa;
·         Ler e reler o poema criando  e reescrevê-lo até ficar bom;
·         Escrever o poema  no papel metro e expor na sala;

Sempre reservar um tempinho para ensaio dos poemas trabalhados – preparando para o RECITAL.

A TRANSIÇÃO POLÍTICA DOS GOVERNATES MUNICIPAIS E OS EFEITOS NEGATIVOS NA EDUCAÇÃO


Por Márcia Cristina Pereira Cruz - Coordenadora Pedagógica do Segmento Pré-escola no CMEI - Centro Municipal de Educação Infantil Professor Gil Nunesmaia - bairro Jorge Amado - Itabuna/BA

No dia 07 de outubro ocorreram em todo país as eleições municipais. Nos municípios onde os prefeitos foram reeleitos, tudo bem! Poucas são as mudanças que ocorrerão nas equipes que fazem parte do governo e o panorama em todos os setores da administração permanece o mesmo ou tende a avançar nas propostas de trabalho que já estavam em andamento. Mas, e nos municípios em que novos políticos foram eleitos? Será que os impactos que virão com as novas equipes que assumirão os rumos da administração dos novos governos serão realmente benéficos? Até que ponto uma mudança radical em todas as equipes de governo será algo realmente bom e produtivo para a continuidade dos trabalhos que já vinham sendo desenvolvidos?
Estou levantando esses questionamentos porque como EDUCADORA, me preocupo com os novos rumos das novas administrações que estão por vir. Não porque duvide da capacidade admistrativa dos novos prefeitos eleitos no último pleito, mas porque sei que a cada 04 anos é assim... Equipes constituídas por inúmeras pessoas são treinadas, preparadas, capacitadas para assumirem suas funções. Existe todo um investimento na preparação dos recursos humanos que assumirão as mais diversas funções. Se inicia um trabalho, a execussão de diversas e valiosas propostas, principalmente na área de EDUCAÇÃO e quando tudo está caminhando...BUNBA!!!!! Vem uma nova equipe e começa tudo de novo e de uma nova maneira, sem muitas vezes se preocupar com a continuidade das boas propostas que já estavam em andamento.
Nas unidades escolares por exemplo... Aponto que o mais viável seria que os novos prefeitos e Secretários de Educação, realizassem consulta pública à população em relação ao DIRIGENTES escolares, consultassem as comunidades escolares e avaliassem as EQUIPES GESTORAS que já estão trabalhando lá. Questionassem as comunidades sobre a qualidade dos serviços desenvolvidos e avaliassem se o melhor não seria que a própria comunidade resolvesse por manter a EQUIPE GESTORA que já se encontra na unidade escolar ou que escolhessem pessoas da própria comunidade escolar que julgassem serm as melhores indicadas para exercerem a função de GESTÃO DA ESCOLA.
Isso sim seria um verdadeiro exercício de DEMOCRACIA! Isso sim seria iniciar um governo dentro da tão sonhada PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA DA POPULAÇÃO na administração pública.
Me posiciono dessa maneira, porque na função de COORDENADORA pedagógica estou cansada de a cada 04 anos ter que receber na unidade escolar pessoas que foram simplesmente indicadas pelos novos prefeitos sem qualquer desejo da comunidade. Pessoas essas que muitas vezes  chegam em nossas escolas como se nada do que tivesse sido feito até ali não tivesse nenhum sentido. Pessoas que não estão prontas, abertas a ouvirem a comunidade que já se encontra instalada e que tem uma história de trabalho, de dedicação, amor e de responsabilidade para com o bem público no qual exerce suas funções profissionais. Chegam simplesmente ditando regras, instalando novos modelos de GESTÃO, sem ao menos avaliar o modelo já existente. Pessoas que muitas vezes põem por terra todo os esforços, tudo o que foi cuidadosamente pensado e construido na unidade escolar.
É uma pena que tenha que ser assim... Mas essa é a realidade que se retrata em todos os municípios que receberão os novos prefeitos. Contudo, quero deixar aqui a minha mensagem com coordenadora pedagógica de uma instituição de educação infantil, que a pesar de todos os tropeços e dificuldades tem construído até agora uma história linda... Uma história de muito amor, dedicação, responsabilidade e acima de tudo, de muito potencial profissional na comunidade do bairro Jorge Amado no município de Itabuna/Bahia e que agora como tantas outras unidades escolares, está a mercer do que for desejo dos novos governantes! Só espero que estes, diferentes dos outros, comecem a administrar pelo verdadeiro exercício da DEMOCRACIA - A PARTICIPAÇÃOO POPULAR.


A mensagem abaixo é de autoria que não estava identificada. Mas é ótima para ser compartilhada em reuniões de equipes.


A Ratoeira

Um rato olhando pelo buraco na parede vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo em que tipo de comida poderia ter ali.
Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira.

Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos:

"Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa."

A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse:

"Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor,
mas não me prejudica em nada, não me incomoda."

O rato foi até o porco e disse a ele:

"Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira."

"Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar.
Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces."

O rato dirigiu-se então à vaca. Ela disse:

"O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!"

Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro.
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua
vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro,

ela não viu que a ratoeira pegou a cauda de uma cobra venenosa.

A cobra picou a mulher.


O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja.

O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e muitas Pessoas vieram visitá-la.


Muita gente veio vê-la o fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

2 - A Sequência Didática no Planejamento da Rotina

O texto abaixo foi encontrado em: Está ótimo! Aproveitem!



Como se contrói a sequência didática no planejamento da rotina da educação infantil?
Há sempre um risco quando o assunto é fundamentação teórica de um material didático, de um curso ou de qualquer coisa que pareça uma receita. No entanto, deixarei aqui algumas definições de conceitos que considero importantes para o acompanhamento da metodologia em questão.
Sei que corremos o risco de não reconhecer de onde vem uma ou outra informação. Dessa maneira, quero deixar clara a ideia de que tenho uma opção pela teoria de Henri Wallon, por ter sido ele o maior educador da infância dentro de uma concepção dialética de escola e educação primária. No entanto, Wallon possui uma teoria psicodinâmica e muitos dos conceitos usados no material são orgânicos, ou seja, a contribuição de Jean Piaget e de Vygotsky também pode ser localizada, embora como pano de fundo, de maneira secundária. Secundária não corresponde aqui a menos importante, mas sim, coadjuvante, pois consideramos a criança como uma plenitude de emocional e organismo, tendo o primeiro prioridade sobre o segundo.
Desta forma, ao trazer Wallon para as atividades de nossas páginas, não deixamos de dizer e de considerar que uma criança também tem seu desenvolvimento a partir de condições biológicas, mas carregamos a bandeira de que há um emocional e um neurológico que permeia e que define como  uma  matéria orgânica seguirá seu percurso, determinado por aquilo que ela vê, que ela sente, que ela descobre e principalmente que ela elabora.
O conceito central deste material é sequência didática, mas quero lembrar que é esta sequência, ou melhor, esta forma de trabalhar que irá garantir o que Chevallard chamou de transposição didática. Escrevi um livro só sobre transposição didática em 2005 e se houver alguma necessidade de resgatar o conceito, sugiro a leitura deste outro texto: Transposição didática -Por onde começar?, Editora Cortez, 2005, São Paulo.
Almeida (2005) nos diz que embora tenhamos percebido o termo transposição didática mais recentemente, pelo trabalho de Philippe Perrenoud (1993, p.25), que o define como a essência do ensinar, ou seja, a ação de fabricar artesanalmente os saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação no quadro de uma turma, de um ano, de um horário, de um sistema de comunicação e trabalho, é sabido que o termo foi introduzido pelo sociólogo Michel Verret, em 1975, e depois aprofundado e apresentado mais encorpado por Yves Chevallard, pensador e educador francês.
Em seu livro La transposition Didactique: du savoir savant au savoir enseigné amplia o conceito e diz que a transposição didática é composta por três partes distintas e interligadas: o savoir savant (saber do sábio), que no caso é o saber elaborado pelos cientistas; o savoir a ensigner (saber a ensinar), que é a parte específica aos professores e que está diretamente relacionada à didática e à prática de condução de sala de aula; e por último o savoir ensigné (saber ensinado), aquele que foi absorvido pelo aluno mediante as adaptações e as transposições feitas pelos cientistas e pelos professores, exatamente o trabalho que nós, professores de Educação Infantil, precisamos relembrar sempre como o nosso objetivo maior.
Para Chevallard, portanto, há sim diferenças entre aquilo que se elabora nos espaços puramente científicos e aquilo que é desenvolvido nos ambientes estritamente educativos. Não se trata de diferenças conceituais, mas de diferenças "textuais", pois elas estão no campo semântico e léxico e, por isso, precisam ser consideradas, porque as transposições as levarão em conta por demais. Chevallard (apud Dall´Asta 2004, p.69) diz que para que o ensino de um determinado elemento de saber seja possível, esse deverá ter sofrido certas deformações que o tornam apto para ser ensinado.
Portanto, fazem muito sentido as afirmações iniciais acerca da transposição didática, porque elas nortearão os apontamentos a serem realizados a partir de agora acerca das múltiplas confluências do tema. Primeiro, é importante lembrar que há entre um teórico e outro uma diferença de décadas, assim, fica claro o porquê da ampliação de um em relação ao outro: a didática, assim como tudo o que a rodeia, é um organismo vivo, com vida independente dentro do corpo escolar. Ela se modifica, se transforma, se (re)faz à medida que a sociedade vai elaborando suas transformações (e aqui fica clara, mais uma vez, a importância de não se trabalhar com uma infância necrosada). Não há uma outra dimensão escolar mais dinâmica que a da didática. Afinal, qualquer que seja o conteúdo a ser ensinado ou absorvido ele necessariamente terá que passar pela didática. Portanto, as nossas discussões acerca da transposição didática têm que ser entendidas dentro desta concepção multiforme e ininterrupta e, portanto, atualizada, modernizada, contemporanizada. Neste sentido, os conceitos importantes para mim são:

ÓRBITA PEDAGÓGICA: sistema que apresenta os conteúdos que estão diretamente ligados uns aos outros dentro de cada temática. (Almeida, 2010)

UNIDADE CORPORATIVA: organização dos temas para compor interrelações com a vida da criança. Esta unidade tem o objetivo de unir, dar sequência, e apresentar a lógica do cotidiano. (Almeida, 2010)

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: é uma maneira de encaixar os conteúdos a um tema e por sua vez a outro dando logicidade ao trabalho pedagógico diário. Para haver sequência didática o aluno pode ter o trabalho desenvolvido a partir da música, dos jogos, das brincadeiras, do lúdico, do material concreto, dos textos e das explorações livres.

TEXTO: Texto: conjunto de palavras de um autor, em livro, folheto, documento etc. (p. opos. a comentários, adiantamentos, sumários, tradução etc.); redação original de qualquer obra escrita; 2 conjunto de palavras citadas para
provar alguma ideia ou doutrina; 3 trecho ou fragmentos de obras de um autor. (...) Texto: Graf. diz-se do material ilustrativo de uma obra (p. ex., gravura , mapa, foto, desenho etc.) que se imprime à parte, ger. em papel especial e em
folha(s), não numerada(s) ou com numeração autônoma, que se intercala(m) entre os cadernos dos livros. Etim lat. Textus, us narrativa, exposição, do v.lat. Texo, is, xui, xtum, ere tecer, fazer tecido, entrançar, entrelaçar, construir
sobrepondo ou entrelaçando, tb. Aplicativo às coisas do espírito, compor ou organizar o pensamento em obras escritas ou declamadas (...) (Antonio Houaiss)

PORTADORES DE TEXTO: os portadores de texto são objetos que, contendo diversos produtos, possuem marcas escritas. O portador de texto pode ser também conhecido como o suporte de texto. O texto deve ser compreendido em sua amplitude, portanto estamos falando dos tipos textuais. O texto gráfico, aquele formado pela junção de palavras, é sem dúvida o texto primeiro enquanto reconhecimento por parte do leitor; no entanto, temos vários outros textos também reconhecidos pelo leitor, mas que no primeiro momento acabam  quase sendo desconsiderados como um texto completo. Dessa forma, embora tenhamos mais informações completas advindas destes portadores de texto não os reconhecemos como primeira estância informativa. Os portadores de textos podem ser: elementos visuais que transferem informações aos leitores, portanto uma placa de trânsito é um portador de texto; muitos movimentos feitos pelos guardas de trânsitos são portadores de textos; muitos gestos realizados por nós são portadores de textos. Além das placas de trânsitos, dos gestos temos elementos semióticos, principalmente em embalagens, em manuais, em roteiros turísticos, que são portadores de textos. Portanto, ao encontrarmos estes portadores de textos temos uma informação, ou uma mensagem com sentido amplo, claro, com sentido e objetivo completos, sendo assim, o portador de texto, embora não se utilize de códigos gráficos para transmitir informações do remetente ao destinatário, ele o faz através dos elementos que a ele são peculiares. Um bom exemplo de portadores de textos seriam os gestos de despedidas, de tchau, de adeus, o gesto de jogar beijo, o gesto de dizer que tudo está positivo, o gesto de dizer com a cabeça uma negação, o movimento da cabeça como uma afirmação e o movimento que fazemos com as mãos no sentido de chamar alguém. Todos estes são portadores de textos porque ali, por meio de movimentos, sinais e outros elementos, podem informar o destinatário qual é a mensagem que queremos transferir. No entanto, é imprescindível saber que estes portadores de textos possuem seus valores apenas na localidade (meio social, ou contexto) em que o remetente e o destinatário estão. (Almeida, 2010)

SUPORTES DE TEXTO: são suportes os objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, papéis administrativos, periódicos, documentos em geral.

TRABALHO COLETIVO: redigir a partir de assuntos desenvolvidos nas diferentes disciplinas, trabalhos contendo: objetivo, procedimento e conclusão. Neste caso o professor vai redigir o objetivo junto com o aluno, explicando a eles o que significa objetivo, assim como procedimento e conclusão.

HORA DA LEITURA: é o momento em que o professor fará a leitura para os alunos, utilizando diversos textos (contos e fábulas). Antes de iniciar a leitura é importante que o professor faça a apresentação da obra (autor, título, editora, ano, etc.). Poderá ser feita também a troca entre os professores. O professor de uma turma realiza a leitura para outra turma, e assim sucessivamente, ou então pode-se reunir todos os alunos e a cada dia um professor realiza a leitura.

CARTAZES: trabalhar com os alunos, por exemplo, Direitos e Deveres, construindo com eles e deixando sempre que eles construam. É interessante que o professor dirija o trabalho de maneira que os itens de deveres e direitos tenham o mesmo número. COMBINADOS da sala: O que eu posso e o que eu não posso fazer. COMBINADOS do recreio: estabelecer com os alunos o objetivo do recreio.

ENTREVISTA: momento em que são convidados artistas da região ou profissionais especializados (bombeiros, eletricistas, engenheiros, professores, repentistas, contadores de histórias, etc.) para irem à escola e fazer uma apresentação/palestra/conversa. O evento demanda ação das crianças junto com o(a) professor(a): elaborar o cronograma, selecionar as pessoas, fazer o convite, organizar a apresentação da pessoa, avaliar a atividade, etc.
“A didática, assim como tudo o que a rodeia, é um organismo vivo, com vida independente dentro do corpo escolar. Ela se modifica, se transforma, se (re)faz.” 

Referências bibliográficas

ALMEIDA. G. P. de. Transposição didática: por onde começar? Cortez, 2005, São Paulo.
CHEVALLARD,Y. La transposición didáctica: del saber sabio al saber enseñado. Buenos Aires: Aique, 1991.
DALL`ASTA, R. J. A transposição didática no software educativo. Passo Fundo:
UPF, 2004.
PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas sociológicas.Lisboa: Dom Quixote, 1993. 

A parábola da rosa

A PARÁBOLA DA ROSA


(autor desconhecido)

Certa vez, um homem plantou uma roseira e passou a regá-la constantemente. Assim que ela soltou seu primeiro botão que em breve desabrocharia, o homem notou espinhos sobre o talo e pensou consigo mesmo: “como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos?” Entristecido com o fato, ele se recusou a regar a roseira e, antes de estar para desabrochar a rosa morreu.
Isto acontece com muitos de nós com relação a nossa semeadura. Plantamos um sonho e, quando  surgem as primeiras dificuldades, abandonamos a lavoura. Fazemos planos de felicidade, desejamos colher perfumadas e, quando percebemos os desafios que se apresentam, logo desistimos e o nosso sonho não se realiza. Os espinhos são exatamente os desafios que se apresentam para que possamos supera-los. Se encontramos pedras no caminho é para que aprendamos a retira-las e, dessa forma, nossos músculos se tornem mais fortes. O que geralmente ocorre é que não prestamos muita atenção na forma de realizar nossos objetivos e, por isso, desistimos com facilidade e até justificamos o fracasso lançando a culpa em alguém ou em alguma coisa. O importante é que tenhamos sempre em mente que se desejamos colher flores, temos que preparar o solo, selecionar cuidadosamente as sementes, plantas e, só depois colher.
Se temos um projeto de felicidade, é preciso investir nele, e considerar também a possibilidade de mudança na estratégia. Se, por exemplo, desejamos um emprego estável, duradouro, e não estamos conseguindo, talvez tenhamos que rever nossa competência e a nossa disposição de aprender...
Há pessoas que, como o homem que deixou a roseira morrer, deixam seus sonhos agonizarem por falta de cuidados ou diminuem seu tamanho. Vão se contentando com pouco na esperança de sofrer menos.
O ideal é estabelecer um objetivo e investir forças para concretizar-los. Se no percurso aparecer alguns  espinhos, e que estamos sendo desafiados a superar, jamais a desistir.

sábado, 27 de outubro de 2012

Abolição da escravatura

13 DE MAIO ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Essa data ficou marcada na história brasileira, com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.
Os portugueses, para explorar as riquezas do Brasil, precisavam de gente para trabalhar. Por isso, muitos negros africanos foram trazidos para cá, para servirem como escravos.
A mão-de-obra escrava ainda era usada no Brasil, quando em muitos países já havia sido abolida.
Muitos abolicionistas lutaram para que os escravos tivessem direito à liberdade, justiça e igualdade.

Objetivos:

·        Conhecer o significado da extinção da escravatura no Brasil;
·        Conhecer fatos históricos da campanha abolicionista.
·        Interessar pela história do Brasil.
·        Valorização do trabalho do homem.
·        Desejo de justiça.
·        Compreensão da necessidade de se tornar um cidadão capaz de ajudar a Pátria.
·        Valorização e respeito ao trabalho realizado pelas figuras que se destacaram em favor da campanha abolicionista.

Habilidades:

·  Consultar fontes de informações.
·  Usar o dicionário, enciclopédias e outras fontes de informação e consulta.
·  Trabalhar em grupo;
·  Saber discutir e ouvir.

Generalização

Ao final do trabalho, a criança deverá chegar a algumas generalizações como:

·  Os índios brasileiros não se adaptaram aos trabalhos de lavoura; por isso, foram trazidos os negros da África;
·  Os negros eram trazidos nos chamados “Navios Negreiros”;
·  Esses navios apontaram em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e em outros portos, geralmente à noite;
·  Os negros não tinham direitos, apenas deveres;
·  Nem todos os senhores de engenhos eram bons e humanos;
·  Os negros sofriam muito: eram submetidos a maus tratos, presos a “troncos”, alguns eram marcados a ferro em brasa;
·  Muitos brasileiros desejavam a abolição dos escravos, pois consideravam a escravidão uma grande mancha na nossa História;
·  Os ricos fazendeiros não desejavam a liberdade dos escravos, temendo o prejuízo para a lavoura e conseqüentemente diminuição de suas riquezas;
·  A abolição no Brasil se deu por etapas; a “Lei Áurea”, assinada pela Princesa Isabel, é de autoria do Cons. João Alfredo Correia de Oliveira.

SUGESTÕES:

·        Problemas envolvendo datas, distâncias, etc.
·        Linha do tempo;
·        Confecção de material: cartazes, desenhos, etc;
·        Canções e danças do nosso folclore trazidas pelo negro;
·        Palavras, nomes de alimentos de origem africana;
·        Procurar no dicionário o significado das palavras como: abolição, escravidão, banzo, transmigração, senzala, quilombo, abolicionistas;
·        Produção de texto sobre a influência do elemento negro nos costumes do povo brasileiro;
·        Descrever, com auxílio de gravuras, uma fazenda antiga;
·        Escreva um texto tendo escravos como personagens;
·        Pesquisar:  - A Lei do Ventre Livre; - Costumes; - Língua; - Cultura; - música; dança, cozinha, crendices e religião;
·        Coletar gravuras, recortes, artigos, contos, poemas, lendas sobre os negros; fazer com o material coletado um cantinho ou exposição sobre os “Costumes dos negros” e “Influência do negro da formação do povo brasileiro”.
·        Leituras informativas;
·        Coro falado;
·        Promover concurso de poesias ou rap sobre a discriminação;